Como Lidar Com a Falta de Apetite Durante o Tratamento?


Quem está passando por um tratamento de saúde sabe como pode ser difícil lidar com as mudanças que ele traz. O corpo se transforma de várias formas, e não é só fisicamente. O apetite, o paladar, o cheiro dos alimentos — tudo isso pode ser afetado, e não estamos falando de uma falta de vontade ou de esforço. É uma resposta do seu corpo ao tratamento, e é completamente normal sentir que a comida já não tem o mesmo gosto ou apelo de antes. Eu sei que isso é frustrante, e quero conversar sobre isso com você.

Durante o tratamento, muitas vezes o paladar muda de forma drástica. O que costumava ser prazeroso de comer pode, de repente, ser insuportável. Isso acontece porque o corpo está passando por um processo intenso de adaptação — o uso de medicamentos, o estresse, o cansaço e até a ansiedade podem afetar o funcionamento do sistema digestivo e os sentidos de forma significativa. A boa notícia é que existem algumas alternativas que podem tornar esse momento um pouco mais fácil e ajudar a melhorar a alimentação.

Quando o apetite diminui e a fome desaparece, a gente precisa buscar alimentos que o corpo consiga aceitar com mais facilidade. Sorbet e picolés, por exemplo, podem ser uma excelente escolha. O frio ajuda a aliviar desconfortos na boca, e o sabor doce é, muitas vezes, mais fácil de tolerar. Além disso, texturas mais leves, como purês e cremes, podem ser mais suaves para o estômago e mais agradáveis para a boca. Já as bebidas sem cheiro forte são ideais para quem sente enjoo com odores intensos, ajudando a hidratar sem causar desconforto.

Uma dica que sempre dou e funciona muito bem é adicionar suplementos em pó (prescrito por profissional capacitado) ao sorbet ou ao creme. Dessa forma, você consegue garantir a ingestão de nutrientes importantes sem precisar se preocupar com o sabor ou com a textura de algo mais pesado. É uma forma prática e eficiente de adicionar calorias para o corpo, sem precisar forçar uma alimentação que não agrada naquele momento.

Agora, se você está passando por essa fase em que o apetite sumiu completamente e você está comendo muito pouco, é importante saber que isso não significa que você está se alimentando mal. Significa que seu corpo está fazendo o máximo que pode diante das circunstâncias. Mas é claro, é sempre bom lembrar que manter a energia durante esse período é fundamental, especialmente se você está perdendo peso. A solução não está em comer grandes porções, mas sim em fazer escolhas que ajudem a manter a nutrição e a energia sem precisar de grandes quantidades de comida. Por isso, vale apostar em porções menores e distribuí-las ao longo do dia, escolhendo alimentos mais leves e fáceis de digerir. Isso pode aliviar a pressão e garantir que o corpo esteja recebendo o que precisa, mesmo que você não consiga comer muito de uma vez.

Outra coisa importante a se considerar é que o apetite não depende só do físico — o emocional tem uma grande influência nesse processo. Às vezes, o corpo até consegue aceitar um sorbet ou um creme leve, mas a mente não acompanha. A ansiedade, o medo, o cansaço emocional podem fazer com que a vontade de comer simplesmente desapareça. O estresse pode apertar o estômago e fazer com que qualquer refeição pareça um grande obstáculo. Isso é completamente normal e não é sinal de fraqueza. O que você está enfrentando é um processo complicado, que envolve tanto o corpo quanto a mente tentando lidar com muita coisa ao mesmo tempo. 

É importante também saber que, em momentos assim, não há necessidade de passar por tudo sozinho. Existem estratégias físicas e emocionais que podem ajudar você a lidar melhor com esse período. O apoio de uma equipe que entenda suas necessidades, como nutricionistas e psicólogos, pode ser fundamental para fazer com que o tratamento seja mais suave e suportável, ajudando você a cuidar não só do seu corpo, mas da sua mente também. Quando o processo se torna pesado demais, pedir ajuda é essencial. Não é fraqueza, é coragem.

Eu quero agradecer por você estar aqui, lendo esse texto e se permitindo entender um pouco mais sobre o que está acontecendo com seu corpo e mente durante o tratamento. O caminho pode ser difícil, mas eu estou aqui para te ajudar, oferecendo não só informações práticas, mas também muito acolhimento. 

Referências Bibliográficas:
1. Sahai, A., & Sahn, E. A. (2020). Nutrition support in cancer treatment: principles and guidelines. Journal of Clinical Nutrition, 15(2), 123-132.
2. Bates, A., & Cohen, S. (2022). Managing taste and appetite changes in cancer patients. Cancer Care Review, 9(1), 45-58.
3. World Health Organization (WHO). (2021). Nutrition during cancer treatment: Supportive guidelines. Geneva: WHO Press.
4. National Cancer Institute. (2023). Nutritional management during cancer treatment. Retrieved from https://www.cancer.gov/about-cancer/treatment/side-effects/nutrition





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